domingo, 22 de março de 2009

Escrevo este texto um dia depois da vitória do Cruzeiro de 1-0 sobre o fraquíssimo Universitário de Sucre pela Libertadores da América. Resolvi então fazer um apanhado dos pontos positivos e negativos do time celeste durante este primeiro trimestre de 2009.


É bom ressaltar que até o momento o Cruzeiro encontra-se invicto na temporada, vencendo seus 2 jogos - um deles contra os galináceos - no Torneio de Verão no Uruguai; registrando 2 vitórias e 1 empate na Libertadores; além de liderar o isoladamente Campeonato Mineiro com 19 pontos - 6 vitórias (uma contra o Galo) e 1 empate. Aí vão eles:


PositivoManutenção do elenco: ao manter a base de 2008, a diretoria do Cruzeiro permitiu que o entrosamento entre os jogadores crescesse. É visível que os atletas estão se entendendo melhor em campo, facilitando a armação de jogadas no ataque e uma melhor cobertura no sistema defensivo.


PositivoLéo Fortunato: o vigoroso zagueiro pode não ser um primor em termos de técnica, mas tem sido o defensor mais sólido do Cruzeiro. Firme em todas as divididas e com bom posicionamento tanto pelo chão quanto pelo jogo aéreo, Fortunato tem feito excelentes jogos e - na minha opinião - foi o melhor jogador cruzeirense na vitória de 2-1 sobre o Atlético no Campeonato Mineiro.


PositivoFábio: o arqueiro azul continua mantendo a boa forma de 2008, transmitindo imensa segurança para os defensores e para a torcida. Firme e ágil, Fábio é uma unanimidade. Infelizmente - ou talvez felizmente para nós, cruzeirenses -, o goleiro não tem suas excelentes performances reconhecidas pela mídia nacional e pelo técnico da seleção brasileira.


PositivoAdílson Batista: o comandante do Cruzeiro continua o bom trabalho iniciado no ano passado. Neste ano, podemos ver que Adílson está solidificando o esquema tático implantado no ano passado - graças também a manutenção da base do elenco -, fazendo com o time do Cruzeiro seja mais compacto em todos os setores. O rodízio de jogadores feito por Batista também tem surtido efeito interessante, pois mantem envolvidos e preparados para ação a grande maioria dos jogadores do plantel azul.


PositivoRamires: o jogador em melhor fase do elenco cruzeirense e também uma unanimidade. Marca, passa e ataca com muita facilidade. O que falta para o versátil volante se tornar um jogador ainda mais completo é uma melhora nos passes mais longos. Se jogasse no eixo Rio-São Paulo, certamente já estaria na seleção brasileira.


NegativoJonathan: o lateral anda um pouco esquentado, pois criticou na TV os colegas depois do empate com o Deportivo Quito e discutiu dentro de campo com Léo Fortunato na vitória sobre o Universitário Sucre. Ele tem certa dose de razão porque as expulsões de Fabrício e Wellington Paulista foram infantis, que o gol tomado no fim do jogo contra o Quito era evitável e que a defesa cometeu alguns erros contra o Universitário. Todavia, Jonathan deveria pensar um pouco e lembrar que, - antes lavar a roupa suja em público - no jogo contra Quito, ele foi incapaz de dar um passe que deveria ser primário para qualquer lateral, que deixaria Ramires na cara do gol e que certamente mataria o jogo. Além disso, no jogo contra o Sucre, Jonathan errou bisonhamente em situações que poderiam ter resultado em gols. Antes de reclamar dos outros, ele poderia melhorar sua técnica.


NegativoAdílson Batista: no jogo contra o Sucre, o treinador celeste novamente exibiu o defeito - que para mim - ainda o impede de adentrar o clã dos grandes treinadores: a falta de ousadia para liquidar um jogo.


Com o Cruzeiro ganhando por um 1-0 e sendo pressionado no segundo tempo, Adílson retirou Thiago Ribeiro - contundido, é verdade - para colocar o lateral Jancarlos (ao invés de Soares), deslocando Jonathan para o meio. Jogando com apenas um atacante, o ritmo ofensivo do Cruzeiro decaiu bruscamente.


Mais tarde e com Kléber mais uma vez expulso, Adílson colocou o atacante Soares no lugar do meia-armador Wagner (ao invés de colocar no lugar de Jonathan) - que ainda não jogou bem nesta temporada e em alguns momentos parece um tanto quanto desmotivado -, inserindo mais um volante e recuando ainda mais o time. Ramires ficou encarregado da armação, mas - por melhor que ele seja e por mais que Bob Faria afirme que sim - o queniano ainda não tem a capacidade de criar jogadas como Wagner, e tal fato acabou com a armação de jogo do Cruzeiro, fazendo com que o Sucre partisse para o abafa. O que vimos foi um “ataque contra defesa”, sendo que o Cruzeiro teve apenas uma chance clara de gol nos últimos 30 minutos de jogo.


É certo que a infantil expulsão de Kléber atrapalhou os planos de Adílson, mas jogar com 4 volantes (Henrique, Marquinhos Paraná, Elicarlos e Jonathan), sem nenhum meia-armador e apenas um atacante contra um time horrível como o Sucre é inadmissível. 


É certo também que Adílson não tem culpa dos gols perdidos no primeiro tempo, mas acho que o treinador celeste ainda precisa ser um pouco mais ousado - principalmente fora de casa - para ganhar os jogos mais difíceis e matar logo os jogos mais fáceis.


NegativoA incapacidade do time de liquidar certas partidas: isto já aconteceu no 2×1 contra o Atlético, no 1×1 contra o Quito e no 1×0 contra o Sucre. A equipe cruzeirense apresenta maior volume de jogo e cria oportunidades, mas não consegue matar o jogo. Contra nossos “rivais”, vencia por 2×0 e poderia ter feito 3, 4 ou mesmo 5 antes de tomar um gol por descuido e sofrer para não levar o empate. O mesmo se repetiu diante diante do Sucre. Contra o Quito, o castigo veio no último minuto.


NegativoExpulsões desnecessárias: Eu não diria que existe “expulsão necessária”, mas talvez uma expulsão causada por falta que foi feita para evitar um gol seja “menos desnecessária”. Fabrício e Kléber já foram expulsos 2 vezes cada este ano, em lances desnecessários. É preciso que a diretoria tome atitudes punitivas para tais lances, que podem prejudicar todo um trabalho.


Kléber, principalmente, precisa se controlar e evitar confusões. Ele precisa entender que o Cruzeiro precisa dele muito mais na Libertadores do que no Mineiro. Já foram dois jogos e duas expulsões. Certamente sua ausência não será muito sentida nos jogos em casa contra Quito e Sucre, mas o time não pode perdê-lo para os jogos da segunda fase.



Esse post foi escrito e publicado no Site Miscelânea de Eduardo Rodrigues. Republicamos o mesmo aqui, tanto pela qualidade do texto como pela importância do assunto. Agradecemos ao autor pela permissão de reprodução.

7 comentários:

Bocha disse...

Buen post, como siempre, saludos crack y te espero por el blog...

ABRAN CANCHA
www.abran-cancha.blogspot.com

Anônimo disse...

A diretoria tem que começar a multar! o Kleber é craque, joga muito! Mas adora um confusão e isso precisa ser controlado pois prejudica o time.

o Adilson e a diretoria tem que dar um jeito nisso.

Leandrus disse...

Belo post, cara. A manutenção do Adilson foi essencial; uma decisão muito acertada não ter dado ouvido as críticas injustas da imprensa e a precipitação de (creio) alguns torcedores no estádio.

Quanto ao Fábio, confesso que o acho um bom goleiro mas não a nível de Seleção. Acho que há outros melhores do que ele, nunca o vi como alguém sensacional para sua posição.

Ateh!

Leônidas Cruzeirense disse...

O problema do CRUZEIRO continua o mesmo de 2008 e atende pelo nome de Adílson Batista. É FATO!

Leônidas Cruzeirense disse...

Enquanto Adílson estiver por aqui teremos sempre um bom time mas nunca teremos o melhor time. É FATO!

Zêro Blue disse...

Pedimos desculpas por não ter feito o crédito da autoria no texto, logo que o mesmo foi publicado. Acontece que ele não seria publicado hoje, pois teremos o post do jogo, mas por lapso isso ocorreu.

Agradecemos ao Eduardo Rodrigues pela autorização de reprodução de seu ótimo texto.

Obrigado a tds.

Anônimo disse...

Analise perfeita, concordo mesmo quando se fala em falta de ousadia do Adilson.
Abraço

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