Nesta foto do jogo, o "louco" Pato, com a bandagem na cabeça.
É momento de recesso no futebol brasileiro. Abaixo publicamos um belo texto escrito pelo blogueiro e torcedor apaixonado do Cruzeiro, Wallace Graciano, o Pato do blog O Guerreiro dos Gramados. Com esse e outros textos que pretendemos publicar tencionamos aproveitar a pausa dentro de campo para falar um pouco mais do que move o futebol, o lado de fora do campo, onde esta a torcida.
Dentro do campo temos a força, a determinação, a vontade, a superação. Do lado de fora não só em torno das quatro linhas que demarcam o espaço futebolístico, mas além, bem além, existe uma grande profusão de torcedores que não acompanham, às vezes, tão de perto, mas estão sempre ligados na vida de seu clube amado.
Gente que é capaz de fazer o que o Pato fez e narra no texto abaixo. Não podemos esquecer disso, torcedores são todos iguais, porque são todos pessoas humanas, com sentimentos e vontades semelhantes, não existem diferenças, por mais que a mídia cacarejante (parte da mídia de BH) tente provar, demonstrar e mascarar que certa torcida secundina mineira, é muito mais apaixonada que qualquer outra.
Fiquem então com esse belo texto. Sintam o que um torcedor apaixonado pelo Cruzeiro (ou por qualquer outro time do planeta) é capaz de fazer. Vamos à leitura.
Dentro do campo temos a força, a determinação, a vontade, a superação. Do lado de fora não só em torno das quatro linhas que demarcam o espaço futebolístico, mas além, bem além, existe uma grande profusão de torcedores que não acompanham, às vezes, tão de perto, mas estão sempre ligados na vida de seu clube amado.
Gente que é capaz de fazer o que o Pato fez e narra no texto abaixo. Não podemos esquecer disso, torcedores são todos iguais, porque são todos pessoas humanas, com sentimentos e vontades semelhantes, não existem diferenças, por mais que a mídia cacarejante (parte da mídia de BH) tente provar, demonstrar e mascarar que certa torcida secundina mineira, é muito mais apaixonada que qualquer outra.
Fiquem então com esse belo texto. Sintam o que um torcedor apaixonado pelo Cruzeiro (ou por qualquer outro time do planeta) é capaz de fazer. Vamos à leitura.
Sete pontos na cabeça, três no campo!
Dizem que o fanático é exagerado, tem atitudes extremas por uma idéia que não cabe a ele decidir o rumo. Nunca concordei com essa idéia, talvez porque eu mesmo me considere um. Isso ficou evidente no último dia 29 de outubro, durante o confronto entre o Cruzeiro e Grêmio.
O time celeste vinha de um resultado embaraçoso. No sábado anterior, saímos derrotados da Arena da Baixada por 1 a 0. Esse placar deixou cético alguns torcedores quanto ao título. Eu não me incluía nesse grupo.
Na segunda-feira, já tinha adquirido os ingressos. Coloco no plural, pois foram comigo meu primo, meu amigo e minha, até então, “futura namorada”—que nunca tinha ido ao estádio.
Chegou o grande dia. Na quarta-feira acordei cedo. Fui ao trabalho, mas o tempo não passava, ele era meu pior inimigo. Entrava escondido no MSN para conversar sobre o jogo. Por sorte—ou não—meu chefe me liberou mais cedo para ir ao Judô, mesmo sabendo que naquele dia eu mataria aula da faculdade para ir ver o Cruzeiro.
Ao entrar no tatame, fui treinar com um amigo. Tudo decorria bem, até que, na empolgação, ele me aplica um golpe (seoi-nague) e caio de cabeça na parede. Já levanto meio tonto. Ele, preocupado, corre para me socorrer. De repente, vejo sangue escorrendo pelos meus olhos. E só consigo pensar no jogo que começaria às 22h.
Com muita teimosia, resolvi ir ao hospital para “costurarem minha cabeça”. Para mim, nada mais importava, a não ser o jogo de mais tarde. As enfermeiras demoravam demais com aqueles processos de sutura.
Na hora da angústia você só quer que acabem logo—e eles nunca terminam. A cada minuto ficava mais tenso, não pela dor, pois pouco me preocupava com ela, mas pelo tempo que era meu inimigo.
Eu só conseguia soltar a mesma frase : “Tá tudo ok, pode enfiar a agulha ai na cabeça, que eu quero ir ao Mineirão”. Por sorte chega o médico, isso eram 18h50min—na hora do aperto você sabe até o horário. Ele, que devia ser um atleticano doente—sim, para torcer pro alvinegro mineiro tem que ser doente, e muito— teimava em falar comigo que eu não poderia ir ao estádio.
Por fim, sabendo que de nada iria adiantar suas palavras, ele me dá um ok para ir ao jogo—desde que ficasse sentado nas cadeiras. Era impossível. Concordei com ele, mesmo sabendo que não iria obedecê-lo, peguei o carro e fui buscar meus amigos.
Quando cheguei à casa da Mariana—hoje minha namorada— escuto dela que eu era louco, moleque, que tinha sete pontos na cabeça e não tinha a proporção do que era isso. Discuti com ela no carro, enquanto buscava meu amigo, mas, realmente não tinha proporção de nada, só queria ver o jogo.
Antes de chegar, ainda tive que dar uma parada na farmácia para fazer uma bandagem na cabeça. Nem lembro muito bem desse momento, pois, além da preocupação com o atraso para o jogo, os pontos doíam. Por fim, chegamos a tempo. Subi as arquibancadas afoito, com medo de que o corte na cabeça fosse apenas uma premissa de um dia de azar que poderia ocorrer ali.
Ainda bem que o Cruzeiro não me decepcionou. Com apenas 13 segundos de jogo, o time celeste me deu a certeza de que todo esforço valera a pena, após o meia Wágner acertar um chute no canto do goleiro Vitor. O resultado final todos conhecem, 3 a 0—fora o baile. Ficou para a história. Não sei para a do futebol, mas para a minha, pois foi o dia que levei ao pé da letra a música que vinha das arquibancadas: “Hoje, larguei tudo pra te ver, faço isso por amor, dou a vida por você”.
O time celeste vinha de um resultado embaraçoso. No sábado anterior, saímos derrotados da Arena da Baixada por 1 a 0. Esse placar deixou cético alguns torcedores quanto ao título. Eu não me incluía nesse grupo.
Na segunda-feira, já tinha adquirido os ingressos. Coloco no plural, pois foram comigo meu primo, meu amigo e minha, até então, “futura namorada”—que nunca tinha ido ao estádio.
Chegou o grande dia. Na quarta-feira acordei cedo. Fui ao trabalho, mas o tempo não passava, ele era meu pior inimigo. Entrava escondido no MSN para conversar sobre o jogo. Por sorte—ou não—meu chefe me liberou mais cedo para ir ao Judô, mesmo sabendo que naquele dia eu mataria aula da faculdade para ir ver o Cruzeiro.
Ao entrar no tatame, fui treinar com um amigo. Tudo decorria bem, até que, na empolgação, ele me aplica um golpe (seoi-nague) e caio de cabeça na parede. Já levanto meio tonto. Ele, preocupado, corre para me socorrer. De repente, vejo sangue escorrendo pelos meus olhos. E só consigo pensar no jogo que começaria às 22h.
Com muita teimosia, resolvi ir ao hospital para “costurarem minha cabeça”. Para mim, nada mais importava, a não ser o jogo de mais tarde. As enfermeiras demoravam demais com aqueles processos de sutura.
Na hora da angústia você só quer que acabem logo—e eles nunca terminam. A cada minuto ficava mais tenso, não pela dor, pois pouco me preocupava com ela, mas pelo tempo que era meu inimigo.
Eu só conseguia soltar a mesma frase : “Tá tudo ok, pode enfiar a agulha ai na cabeça, que eu quero ir ao Mineirão”. Por sorte chega o médico, isso eram 18h50min—na hora do aperto você sabe até o horário. Ele, que devia ser um atleticano doente—sim, para torcer pro alvinegro mineiro tem que ser doente, e muito— teimava em falar comigo que eu não poderia ir ao estádio.
Por fim, sabendo que de nada iria adiantar suas palavras, ele me dá um ok para ir ao jogo—desde que ficasse sentado nas cadeiras. Era impossível. Concordei com ele, mesmo sabendo que não iria obedecê-lo, peguei o carro e fui buscar meus amigos.
Quando cheguei à casa da Mariana—hoje minha namorada— escuto dela que eu era louco, moleque, que tinha sete pontos na cabeça e não tinha a proporção do que era isso. Discuti com ela no carro, enquanto buscava meu amigo, mas, realmente não tinha proporção de nada, só queria ver o jogo.
Antes de chegar, ainda tive que dar uma parada na farmácia para fazer uma bandagem na cabeça. Nem lembro muito bem desse momento, pois, além da preocupação com o atraso para o jogo, os pontos doíam. Por fim, chegamos a tempo. Subi as arquibancadas afoito, com medo de que o corte na cabeça fosse apenas uma premissa de um dia de azar que poderia ocorrer ali.
Ainda bem que o Cruzeiro não me decepcionou. Com apenas 13 segundos de jogo, o time celeste me deu a certeza de que todo esforço valera a pena, após o meia Wágner acertar um chute no canto do goleiro Vitor. O resultado final todos conhecem, 3 a 0—fora o baile. Ficou para a história. Não sei para a do futebol, mas para a minha, pois foi o dia que levei ao pé da letra a música que vinha das arquibancadas: “Hoje, larguei tudo pra te ver, faço isso por amor, dou a vida por você”.
16 comentários:
Muito bom. Eu já fui mais fanático, não nego, mas ainda tenho a Super Licença AZUL. E para conseguir a Super Licença AZUL, tem que fazer no mínimo o que o Pato fez. É FATO!
Enquanto temos exemplos como o do Pato, do lado da torcida dos velhinhos sobreviventes o exemplo é: "Pelo Galo, fui a um programa em rede nacional e gritei bem alto: SOU GALOUCURA MANOOO." Marcelo BBB que também declarou ser GAY durante este mesmo programa. É FATO!
O texto do amigo Pato está muito bom!
E é verdade que em todas os torcidas existem todo o tipo de torcedor (apaixonado ou não), até porque ninguém define suas características de acordo com o time que torce.
Abs!
Primeiramente, muito obrigado pela homenagem.
Torcedor pra mim não precisa gritar aos ventos que é apaixonado, só mostrar isso.
Existe um esteriótipo criado pela imprensa mineira de que torcedor gaylo é apaixonado.
Não sei como medir isso, afinal, não existe um "paixonômetro".
Sabe papai rico que cria adjetivos absurdos para seu filho mimado? É a imprensa mineira, que é cega de paixão pelo clube.
Eita! quanta gente do OleOle por aqui!
=)
Carlão, passei aqui pra ler teu post, tá bom?
Bjo pra ti!
Muito interessante o relato! É claro que é revelador de um fanatismo por vezes perigoso, mas chega a ser admirável a atitude do torcedor em prol do seu clube.
Felizmente, eu diria, não sou tão apaixonado assim. Isso dá suporte para escrever, debater. Mas, também, dá um pouco de inveja de quem tanto ama sua agremiação.
Parabéns ao Pato.
Até mais!
Caro Carlão:
Belo trabalho. Paixão clubísitica não tem explicação. Abç.
Muito bacana o texto e a iniciativa, parabéns.
Caro amigo,
Estou procurando um representante de cada time da primeira divisão para representar seus respectivos times no meu blog.
Gostaria de saber de vc está interessado em troca de link para a temporada 2009 ?
abraço
Valeu.
link já disponivel
abraço.
Lindo texto, que reflete bem a paixão de um entre milhões de brasileiros apaixonados.
Já voltei de viagem de família pelo Vasco, larguei aniversários, fui com braço engessado e etc. Parabéns ao nobre Pato e à toda torcida cruzeirense.
Abraços e sds cruzmaltinas!
Legal o texto! Gosto muito de ler essas histórias de torcedores apaixonados e loucos para ir ao estádio, ainda mais num jogo tão importante. Eu me arrependo já te ter feito algumas loucuras para ir ao Maracanã, assim como também me arrependo de não ter feito outras para ter ido. Atualmente penso bastante antes de fazer isso. Por sorte, esse ano não fiz duas loucuras e me dei bem: preferi ir num ótimo show do que ir assistir Fla x América-MEX e preferi tirar um dia de descanso com o pessoal da faculdade do que assistir Fla x São Paulo...
Ateh!
Histórias como estas, como você disse, acontecem em todo o Brasil. Exemplos interessantes de amor ao clube.
quem AMA um time, o amor é pra sempre.
tem gente que troca de TIME.
MAS QUEM TEM AMOR NÃO TROCA NAUM.
Caro Carlão, como já disse no Guerreiro dos Gramados, não sei o que dizer. Foi sensacional sua introdução e o texto do Pato!
Saudações Celeste!
PS.: Aproveitemos os domingos de recesso pra rever os melhores momentos do Azulão!
Muito bacana a homenagem!
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