Inúmeras são as
referências desse esterótipo “Maria-chuteira” no universo do futebol e das
artes. Há muito a revista esportiva "LanceA" possuía uma coluna
abordando as chamadas "maria-chuteiras" e além dela, a Rádio Globo
mantinha uma personagem durante suas transmissões esportivas. No âmbito das
artes, elas passam pela música, televisão e pelo cinema. Na esfera musical, por
exemplo, as maria-chuteiras viraram título de uma canção do grupo Velhas
Virgens lançada no álbum "Com a Cabeça no Lugar", de 2003. Já na
televisão, a referência pode ser retirada do exterior. O seriado The Game traz
exatamente como foco as peripécias de maria-chuteiras a fim de conseguirem
relacionamentos com jogadores famosos bem como o seriado análogo da Argentina
intitulado "Botineras". No Brasil, a atriz e apresentadora Maria
Paula do Casseta e Planeta, interpretava uma personagem chamada "Maria
Chuteira". Além dela, Deborah Secco também interpretou uma
"maria-chuteira", desta vez chamada Marina, em 1999, na novela Suave
Veneno.
No cinema, por sua vez,
as referências às maria-chuteiras podem ser encontradas no filme Praia, Sol e
Sexo, da Sexxxy, estrelado por Vivi Ronaldinha, que foi vetado por Ronaldo
Fenômeno por conta da utilização de um sósia. O filme foi posteriormente
lançado mas de acordo com reportagem do jornal Folha de São Paulo, sem o
"enredo maria-chuteira".
Há um bom número de
mulheres, principalmente as mais jovens, que passam a freqüentar treinos e
jogos para verem de perto jogadores que se tornaram ídolos em suas vidas não
por causa da habilidade com a bola, mas por causa dos seus dotes físicos.
É necessário não se
deixar confundir com essa tipologia feminina, por isso comunidades virtuais
como, por exemplo, a “Mulheres que amam futebol” fazem questão de ressaltar o
público alvo que se deseja atingir: “Mulheres que: Amam assistir o jogo; Amam
jogar; Amam ir ao estádio; Amam seu time; Amam tudo isso ao mesmo tempo”
As qualidades enumeradas
reforçam um perfil de mulher que se aproxima do futebol por motivações
relacionadas ao prazer de assistir os jogos ou mesmo de praticá-lo. A paixão
pelo clube também é o principal critério para se ser aceita como sócia da
torcida organizada Feminina. Obviamente mecanismos de diferenciação são
amplamente usados também por torcedores do sexo masculino que de várias
maneiras tentam demarcar diferentes níveis de autenticidade para o ato de
torcer.
Entretanto no caso das mulheres é interessante perceber que antes de
tudo elas buscam consolidar-se no papel social de torcedora.
A torcedora é uma
figura que por diferentes modos experimenta o mundo através do futebol e
experimenta o futebol através do mundo, vivenciando valores, sentimentos e
hábitos despertados pelo quique da bola
Uma torcedora
autentica é capaz de avaliar tecnicamente uma partida de futebol, avaliar e
fazer críticas sobre times, jogadores e conseguem conversar de forma segura
sobre qualquer assunto futebolístico. Elas vão aos estádios para ver o seu time
jogar, gritam, vibram, cantam, sofrem, tudo por amor ao seu time. Fazem
loucuras, enfrentam obstáculos, fazem de tudo para acompanhar e vivenciar as
conquistas do seu time, e, isso se resume a uma palavra: AMOR pelo futebol.Texto de autoria de Isabela Fernanda do Fanáticas Celeste.
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